Futebol, Sonhos e Frustrações

Futebol, sonhos e frustrações 

Brilhante, oportuno e genial. Em quatro desenhos, o cartunista Dálcio resumiu a vida e o mais íntimo dos desejos de todos nós. A charge  publicada na página 2 da edição do dia 11/06 do jornal Correio Popular, de Campinas – SP, merece ser inscrita em todos os concursos de ilustração existentes no mundo.

Para quem não viu a criação genial do artista, que reside aqui no Distrito de Sousas e é usuário de nossos serviços, segue uma breve descrição de sua obra (confira-se ao final a reprodução dela):  

No primeiro desenho uma criança descalça e feliz corre atrás da bola sobre o chão de terra batida; 

Em outro desenho um adolescente, calçado e vestido com um uniforme, faz a mesma coisa;

Em um terceiro quadro, a mesma pessoa, com um uniforme mais elaborado e sobre um gramado bem cuidado, continua a correr atrás de uma bola de futebol, mas sem o mesmo ar de felicidade.

Finalmente, no último desenho, um jogador profissional, vestindo um uniforme decorado com a marca de um clube e de patrocinadores, sobre um impecável gramado, adornado pela marca de outros patrocinadores, igualmente corre atrás de uma bola de futebol, mas faz isso sem alegria e, em seu íntimo, pensa como era verdadeiramente feliz naquele tempo em que, descalço e despreocupado, corria atrás de uma bola disforme e sem marca, sobre o chão duro de terra batida.

Em quatro desenhos resumiu-se a vida, anseios e frustrações da esmagadora maioria da humanidade. Sobre esta verdadeira obra de arte seria possível, talvez, desenvolver-se um tratado sobre a natureza humana, sobre o sucesso em qualquer carreira profissional, enfim, sobre a vida de todos nós.

Que “atire a primeira pedra”  quem nunca sonhou com a fama, o sucesso, a riqueza ou outro objetivo que, uma vez alcançado, mostrou-se menos realizador do que o esperado, menos feliz do que o imaginado, menos gratificante do que o sonhado.

É  da natureza humana a ambição e o sonho, o desejo de se atingir um ideal distante de fama e de glória. Mas também é igualmente da natureza das coisas a frustração decorrente da realização de um sonho e a constatação de que, de fato, nada é como se sonhanha e desejava.

Isso ocorre com  atletas no esporte em geral, estrelas de cinema e televisão,  bacharéis, doutores e comerciantes, enfim, com todos na vida…

A publicação é ainda muito oportuna, realizada que foi na véspera do início de mais uma Copa de Mundo de Futebol, quando o assunto estava onipresente na mídia, nas conversas e no cotidiano de todos os brasileiros, mas que em momento algum era tratado com tanta sutileza, inteligência e bom humor.

Já transmiti minhas congratulações ao cartunista Dálcio e aos editores do Correio Popular (meus comentários foram publicados na seção “Correio do Leitor – pagina A-3 da edição impressa do dia 16/06/2014); realmente fiquei muito feliz por ter recebido junto com um exemplar daquele jornal a oportunidade de relacionar a paixão nacional deste país, o futebol, como as coisas verdadeiramente importantes da vida e, por isso, agora quando o tempo me permite, compartilho com os raros leitores esta pequena jóia do humor. 

Acesso possível em

http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/06/entretenimento/charges/182030-charge-do-dia.html
 

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EXIBINDO 0 COMENTÁRIOS

  1. marcia disse:

    Dr, meus pedidos de gentis esclarecimentos não guardam relação com o texto acima (artigo aliás, muito feliz em razão do momento oportuno, apesar de atemporal por ser válido como uma lição vida também). Aproveito espaço para solicitar uma informação: existe alguma previsão sobre o funcionamento do site do cnj.jus/cnipe? Quais as informações extrajudiciais (notarias) as quais os cidadãos terão acesso? Existe expectativa de alguma data para restabelecimento? (pois o sistema encontra-se em manutenção).
    Outra questão:
    Dr. Marco Antonio, é correto constar no sistema CENSEG (consulta livre de inventários) o nome e dados de herdeiro que renunciou à herança? o certo não seria que seus dados não fossem considerados tendo vista que foi considerado como se não existisse (pois renunciou à herança antes de recebê-la)?
    Muito Obrigada.

  2. Marco Antonio disse:

    Márcia. Com referência à segunda questão (herdeiro que renuncia à herança), também acho que o renunciante não é herdeiro de fato, na medida em que renunciou ao seu direito, contudo, a existência de seu nome na CENSEC como herdeiro (que ele, de fato deixou de ser) não significa prejuízo à qualidade da informação ali disponível; muito pelo contrário é informação útil à sociedade na medida em que, se a renúncia for prejudicial a terceiros, ela tem consequências que não se pode esquecer. Também é preciso considerar que numa central de informações do porte da nossa CENSEC, algum tipo de inconformidade (bela figura de linguagem para descrever nossos erros e falhas) deve ser relevada. Com referência à primeira questão, realmente não sei a resposta. Acho em breve o próprio CNJ irá definir a situação.

  3. Márcia disse:

    Dr. , Muito Obrigada pela resposta e gentil atenção. Parabéns pela prestação generosa de serviço público efetuada pelo blog.

    Abraço.

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