DO BIG BANG AO BIG DATA

Ninguém tem dúvida que nós estamos – até o último fio de cabelo – na Era da informação.  Se em 1453 o Papa levou 40 anos para saber da tomada de Constantinopla pelos turcos, hoje a informação pode chegar antes mesmo do fato ocorrer… quer um exemplo? O sujeito liga o computador e começa a receber anúncios de teste de gravidez, desconfiado, olha pra mulher e pergunta: Querida você tem algo pra me contar? É isso mesmo atônito leitor, o navegador pode saber das coisas antes do que nós! Essa história é verdadeira, deu na imprensa. (Wall Street Journal- 14/12/12)

                Assim, ao visto nada mais passa despercebido pelo pesadelo do rastreamento de informações na web, que é descarado e deixou o “big brother” de George Orwell obsoleto, já que neste eram somente imagens e naquele são todos os nossos hábitos de vida. Os termos de uso de navegadores, sites sociais, serviços de emails e outros – que ninguém lê – deixam muito claro que não existem bits grátis. O Google, por exemplo, prevê que todo o material enviado ao site é concedido à empresa e ela pode “usar, hospedar, armazenar, reproduzir, modificar, criar obras derivadas, comunicar, publicar, executar e exibir publicamente e distribuir tal conteúdo…”

                Acontece que o reflexo pela ânsia da coleta de informações, sua disponibilização e seu uso desmedido, ao que parece está gerando uma epidemia, vejam notícias:

               Alguns tribunais de justiça simplesmente não aceitam petições com mais de 20 páginas. Tudo bem que advogado gosta de escrever – e que agora soma-se ao copia e cola também – mas daí para restringir o tamanho da petição e por conseguinte, provocar o cerceamento do direito constitucional da ampla defesa, já revela uma verdadeira “síndrome do pânico da informação” dos juízes.

                Segundo estudos acadêmicos nas empresas a cada 3 minutos em média há uma interrupção por informação pululando de todos os gadjets. A coisa esta começando a causar prejuízo e manter o foco esta cada vez mais difícil. Faça você leitor um teste, veja quantas vezes foi interrompido ao ler esta crônica, alias será que você vai conseguir lê-la até o fim?

                Nas instituições de ensino os alunos não querem mais usar livros – só o “doutor Google” – que dá respostas rápidas e pontuais, pois, afinal eles não têm tempo! Aliás, não tem mais tempo nem para prestar atenção no professor, pois a informação que pipoca na sua máquina não deixa!

                O Big Bang é o da informação,  que esta parindo o Big Data, que tal qual o Jurassic Park de Spielberg nos evoca os piores pesadelos…

                

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