NO INÍCIO ERAM OS ZEROS…

   

                                                               NO INÍCIO ERAM OS ZEROS…

                A criação dos computadores surgiu em decorrência de uma série de invenções, começando pela escrita, um símbolo para o zero e por ai passando pelos caminhos mais improváveis. É incrível acompanhar como foi sendo construída pelo homem a longa trilha da maior de todas as invenções.

                Quem diria que o rudimentar ábaco, daria uma fundamental contribuição ao computador por ser a primeira representação mecânica do zero? Sem isso a linguagem binária não existiria, pois para enviar um sinal eletrônico foi fundamental o não sinal, o silêncio, o “buraco” que em contraposição com o sinal, nos permite enviar informação.

                Outra idéia rudimentar imprescindível foi a dos “Ossos de Napier”, que eram simplesmente tabelas de multiplicação com números gravados em ossos, trabalhados como réguas em paralelo.

                Neste meio tempo o canhão foi inventado e com ele o problema de calcular a trajetória do projétil, que consiste numa complexa equação que requer a descrição matemática de três corpos, o sol, a terra e a lua, por exemplo, interagindo sob a ação da gravidade. Isaac Newton veio então com a chamada teoria gravitacional. Seus cálculos, no entanto, eram tão extensos e complexos que despertaram a necessidade de… calculadoras.

                Cerca de duzentos anos depois, com a revolução industrial, as máquinas de tecer pela primeira vez na história acumulam e processam informações, transformando um desenho abstrato num padrão de cores, formatado através de voltas com cada fio fazendo sua trajetória de forma repetitiva. Para salvar esses padrões foram criados cartões perfurados e em 1801, Joseph M. Jacquard inventou um tear mecânico com leitora automática de cartões.

                A idéia de Jaccquard funcionou tão bem que provocou a primeira revolta na história de trabalhadores, que sentiram-se ameaçados ao serem substituídos por máquinas.

                Charles Babbage (1792-1871) ficou conhecido como o pai do computador. Professor de matemática em Cambridge, construiu uma grande calculadora mecânica usando uma roda dentada que lia as instruções em cartões perfurados e também uma impressora com o resultado dos cálculos.

                Depois disso, outras centenas de descobertas científicas nos proporcionaram chegar ao presente, mas dentre elas a que permitiu o salto maior foi a chamada definição da informação. Claude Shannon, em sua tese de mestrado escrita em 1938 afirmou que a informação poderia seguir todas as leis matemáticas e físicas para descrever a matéria e agir como matéria física.

                Shannon concentrou-se numa questão básica que ninguém tinha imaginado aprofundar-se. O que é informação? O que acontece quando uma informação viaja do remetente ao receptor? A resposta é que consome energia e reduz a incerteza. Na sua forma mais simples poderia ser reduzida a um sim/não. Então nos proporcionou o fantástico salto da era analógica para a digital. Tudo transmitido, armazenado e processado através de “sins” e nãos, zeros e uns, buraco e não buraco…bits!

Últimos posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *