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Caso Sean Goldman

O menino Sean Goldman, de nove anos, cuja guarda é disputada pelo pai biológico, o americano David Goldman, e pelo padrasto brasileiro, João Paulo Lins e Silva, foi ouvido nessa segunda-feira (15/6) no Setor de Psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. A responsável por entrevistar o garoto, a pedido da família brasileira, foi a professora Terezinha Feres Carneiro, especialista em terapia familiar. 

O depoimento de Sean foi transcrito pelo tabelião do 13º Ofício de Notas e entregue em juízo para fazer parte dos autos. A entrevista foi acompanhada para comprovação de sua imparcialidade pelo desembargador Siro Darlan, do Tribunal de Justiça do Rio; pela Analista Judiciária da Diretoria Geral de Gestão de Pessoas do TJ-RJ, Mônica Corrêa Meyer; pela representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Margarida Prado de Mendonça; pelo presidente do Conselho Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente, Carlos Nicodemus; pela representante da Comissão Nacional para Infância e Juventude, Tânia da Silva Pereira; e pelo vice-presidente da OAB-RJ, Lauro Schuch, além de membros da família brasileira. 

No depoimento, Sean diz que quer ficar no Brasil, quando a especialista pergunta se ele quer falar sobre “essa história de ficar no Brasil ou ir para os Estados Unidos”. O menino diz que quer respeito, que se sente desrespeitado pelo pai David Goldman e que este finge sofrimento. 

Vale lembrar que o menino mora no Brasil com sua família brasileira há mais de quatro anos, mesmo tempo em que está afastado do pai. É fácil perceber que o depoimento reflete essa situação, assim como retrata a afeição à familia brasileira e a falta de intimidade com o pai biológico. 

Em entrevista ao programa Good morning, America, da rede ABC, David Goldman disse, na terça-feira, que Sean estaria sendo treinado para esquecer o pai. Na entrevista, no entanto, o menino Sean afirma que David marca visitas e não aparece sem avisar. Segundo David, a informação teria vindo de análise feita pela Justiça brasileira. 

Sean nasceu nos Estados Unidos e morou naquele país até 2004, quando, aos quatro anos, veio para o Brasil com a mãe, Bruna Bianchi. No país, Bruna obteve a guarda de Sean, pediu o divórcio e casou-se novamente com o advogado João Paulo Lins e Silva. No ano passado, ela morreu de complicações no parto da segunda filha. Lins e Silva, então, obteve na 2ª Vara de Família do Rio de Janeiro a posse e guarda de Sean, com o intuito de preservar o núcleo familiar já existente, antes da morte de Bruna. O pai biológico requereu na Justiça Federal que, de acordo com a Convenção de Haia, o menino retornasse aos Estados Unidos. Com isso, o caso que começara na justiça estadual do Rio, passou para competência federal. 

Fonte: Assessoria de Imprensa – CNB – SP