De acordo com especialistas, em alguns casos, o aluguel é mais vantajoso do que a compra da casa própria.
Comprar um imóvel é considerado o sonho de muitos brasileiros, bem como uma chance de investimento para outros. Contudo, mesmo em um cenário repleto de grandes oportunidades é preciso ter cuidado para não deixar a ansiedade e a emoção tomarem conta, pois é preciso pensar de uma forma racional para se fazer a melhor escolha.
Para Arthur Vieira de Morais, especialista em fundos imobiliários, em grande parte dos casos o aluguel se torna mais vantajoso financeiramente do que a compra de uma casa própria.
Em seu entendimento, Morais explica que o melhor momento para se adquirir a casa própria é quando as pessoas compreendem que já se encontram bem estabelecidas tanto em sua carreira quanto na vida pessoal.
Pensando nisso, reunimos algumas dicas para quem está pensando em adquirir um imóvel. As dicas foram passadas por Morais e, também, pelo consultor jurídico imobiliário Marcos Novais.
Confira:
Conheça todas as despesas
Novais explica que, além do preço do imóvel, há outros valores que precisam ser pagos no ato de sua compra como impostos, despesas de escritório, de registro, o valor da imobiliária, dentre outros.
O consultor cita como exemplo a aquisição de um apartamento avaliado em até R$ 700 mil na cidade de São Paulo, o que gera um custo superior a R$ 27 mil apenas com os itens citados acima, isso desconsiderando a comissão do corretor ou os gastos da imobiliária com assessoria jurídica.
Morais aponta que o comprador deve ficar atento, pois os prédios mais antigos costumam demandar grandes reformas, que também possuem altos custos. Por outro lado, os prédios mais novos, como os adquiridos na planta, demandam outros tipos de gastos como a compra de móveis para as áreas de convivência, a montagem do jardim, dentre outros. Tudo isso acaba encarecendo o valor do condomínio, logo, o ideal é escolher um prédio que já esteja com toda a sua estrutura pronta, mas que não seja muito antigo.
Atenção quanto a localização
Quem compra um imóvel deve visitá-lo junto a um corretor antes de fechar o negócio, contudo, também é recomendável visitar a região onde se localiza esse imóvel em dias e horários distintos. Essa atitude permite ao comprador identificar como é esse ambiente.
Novais cita alguns casos de clientes que adquiriram um imóvel sem tomar essa precaução. Em um deles, o cliente descobriu somente depois da mudança a presença de um buffet bem atrás do prédio. Já em outro caso, o cliente foi surpreendido ao se deparar com uma feira livre em sua rua.
Conheça os impostos envolvidos
Quem adquire um imóvel deve pagar o ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis). O valor é pago para a prefeitura da cidade a qual o imóvel pertence e sua alíquota varia conforme a legislação local. No geral, o valor do imposto equivale de 2% a 3% do valor pago pelo imóvel.
Novais alerta para o fato de que alguns municípios podem avaliar o imóvel com um valor maior do que o real, isso para poder arrecadar mais com esse imposto. Assim, o especialista recomenda buscar auxílio jurídico antes de pagar pelo ITBI, pois isso pode ajudar na redução do valor.
Considere contratar uma consultoria jurídica e imobiliária
Morais explica que a compra de um imóvel é um processo bastante caro e demorado, logo, a contratação de uma consultoria ou imobiliária, apesar de ser um custo a mais, é algo com o que não vale a pena economizar.
Principalmente no caso de imóveis mais antigos, o aconselhamento jurídico pode ser uma facilidade no momento de verificar e organizar a documentação necessária. Isso traz mais segurança e tranquilidade a todo o processo.
Respeite a planta da construtora
Ao longo da vida tudo pode mudar, logo, surge a necessidade de mais espaço ou mesmo de uma mudança para uma vizinhança mais tranquila. Morais aconselha que quem for comprar um imóvel deve evitar a realização de grandes alterações na estrutura do imóvel como, por exemplo, juntar dois apartamentos de 60 metros quadrados para formar apenas um com 120 metros quadrados.
Caso seja necessário vender o imóvel no futuro, tais mudanças estruturais tornarão o processo ainda mais difícil.
Vale lembrar que as construtoras levam vários fatores em consideração ao iniciar um procedimento, dentre eles as características do bairro e o perfil dos moradores. Assim, um prédio em que todos os apartamentos possuem apenas um dormitório é comum que os moradores não tenham filhos e costumem dar festas à noite. Nesses condomínios, alguns moradores podem se incomodar com o barulho feito pelas crianças. Assim, Morais alerta que essas mudanças na estrutura, além de outros problemas, podem confundir o perfil dos residentes.
Fonte: Portal Eu Quero Investir