Fernanda Granja Cavalcante da Costa, tabeliã do 1º Ofício de Notas de Curitiba, fala da sua experiência à frente de um cartório de 335 anos de existência
A segunda palestra das plenárias para os Tabelionatos de Notas, durante o último dia do XXVII Congresso Estadual dos Notários e Registradores de Minas Gerais, no sábado (15.09), abordou a “Gestão e Administração do Cartório de Notas”. Fernanda Granja Cavalcante da Costa, tabeliã do 1º Ofício de Notas de Curitiba que tem mais de 335 anos de existência, foi a convidada para conversar com os tabeliães mineiros.
“É importante ressaltar que nós, como tabeliães, não temos nenhum preparo para assumir a gestão administrativa de uma serventia. O curso de Direito não te prepara para isso e não temos nenhum tipo de preparação antes de assumir. Ao assumir, muitas vezes, o tabelião fica rendido aos funcionários, pois são eles que sabem como a serventia realmente funciona”, disse aos pares durante os debates.
Segundo Costa, os tabelionatos alcançam diferentes públicos e precisam enfrentar muita concorrência, “daí a importância de investir em gestão”. A tabeliã ressalta que esse investimento é fundamental também para melhorar a imagem das serventias.
“Nós queremos mudar a imagem que a população tem dos cartórios, ninguém mais quer ser visto como uma atividade retrógrada e burocrática que seja sinônimo de atraso do nosso País. A atividade não é isso. Nós queremos ser sinônimo de segurança jurídica, eficiência e celeridade de resolução de conflitos, por isso o emprego da gestão, e uma gestão profissional, é essencial”, afirmou a palestrante.
“Quando assumi a serventia, há apenas um ano, resolvi que Curitiba merecia um Tabelionato de Notas modelo. Mudamos de prédio, fiz toda a adequação do espaço para o conforto dos usuários e funcionários e, em pouco tempo, recebi o reconhecimento da Corregedoria Estadual indicando minha serventia como modelo”, completou Granja.
A tabeliã discorreu sobre as mudanças que realizou em sua serventia, como a criação de um setor de conferência das escrituras para reduzir o número de erros, o investimento em equipamentos que tragam segurança tecnológica, o investimento em gestão de pessoas com planos de carreira e o treinamento de funcionários para a excelência no atendimento.
Segundo Fernanda Granja, os titulares dos cartórios dedicam, em média, de 60 a 80% de seu tempo na administração no cartório e, por isso, muitas vezes deixam de lado a atualização profissional e acabam em um dia a dia estressante. A palestrante ainda citou o fato de avaliar a serventia antes planejar as mudanças para saber onde mais investir.
O XXVII Congresso Estadual dos Notários e Registradores de Minas Gerais foi realizado pela Serjus-Anoreg/MG, ReCivil, Sinoreg/MG, CNB/MG, CORI/MG, Cartórios de Protesto/MG e IRTDPJMinas.
Fonte: CNB/MG