Barueri (SP) – Em uma Assembleia Geral marcada por intensa emoção, o Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB/CF) elegeu na tarde de sexta-feira (16.12) sua nova Diretoria para o triênio 2017-2019. Paulo Roberto Gaiger Ferreira, 26º Tabelião de Notas de São Paulo, assume o cargo que nos últimos seis anos teve Ubiratan Guimarães à frente do notariado brasileiro.
Ao presidente que deixa o cargo foram rendidas inúmeras homenagens. À nova Diretoria, que conta com Emanuelle Fontes Ourives Perrota (1ª vice-presidente), Filipe Andrade Lima Melo (2º vice-presidente), Laura Vissotto (1ª secretária), Walquria Rabelo (2ª secretária), Danilo Alceu Kunzler (1º tesoureiro) e Otávio Guilherme Margarida (2º tesoureiro), foram expressados o desejo de enorme sucesso na gestão que se inicia. Nomes de 11 Estados brasileiros compõe à chapa eleita por aclamação.
“Eu recebo de vocês a honra que para mim é a máxima que posso ter como tabelião: presidir o nosso querido Colégio Notarial do Brasil e buscar elevar nossa profissão na busca do bem, proteger e fiscalizar a atividade notarial para prover um melhor serviço ao cidadão e à sociedade brasileira”, disse o novo presidente ao assumir o cargo.
“Uma de minhas preocupações ao montar esta diretoria foi a de prestigiar o maior número possível de Estados. Em todas as portas que bati, encontrei tabeliães dispostos ao trabalho institucional”, afirmou Ferreira. “O Colégio Notarial conta também com a voz dos presidentes de cada uma das suas seccionais, que serão sempre chamados a participarem das decisões. Temos outra força interna que pretendemos explorar: é nosso corpo de ex-presidentes, líderes que construíram o que somos hoje e que devem seguir nos auxiliando”, completou o presidente eleito.
Em seu discurso de posse, Paulo Roberto Gaiger Ferreira, abordou temas que serão primordiais em sua gestão: a ampliação da representação institucional do notariado nos Estados, a contribuição da atividade no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro, a migração do serviço notarial para o meio eletrônico – – escrituras eletrônicas e autenticação digital – e o envolvimento do notariado com as causas sociais.
“Após a revolução francesa, o notariado assumiu o papel de fiscal da lei, atendendo aqueles que necessitassem instrumentalizar seus negócios com fé pública; fomos eleitos os juízes da paz privada. O notariado se reformou para servir à nova burguesia e ao povo iletrado”, disse. “Hoje, nós acreditamos que a forma de nossos atos pode ser um instrumento poderoso para o bem das pessoas e de nossas comunidades. Nossos atos produzem paz entre as partes, paz para o Estado e paz também para a sociedade”, finalizou.
Balanço da gestão
A Assembleia Geral iniciou-se com a apresentação de um balanço dos últimos seis anos de presidência de Ubiratan Guimarães à frente do Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil. Entre os destaques, a instituição, ampliação e consolidação da Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados (CENSEC), a ampliação da representação institucional do Colégio Notarial nos Estados – hoje são 20 Seccionais fundadas -, a criação da Academia Notarial Brasileira, do Notariado Jovem, e uma intensa agenda de representação institucional nacional e internacional, além de constante interlocução com os poderes constituídos a nível federal e estadual.
“Deixo o Conselho Federal não com a sensação de dever cumprido, por que precisaria de outros 450 anos para devolver ao notariado tudo o que o ele me proporcionou”, disse Ubiratan Guimarães. “Acredito que avançamos para um maior envolvimento institucional do notariado brasileiro, para a consciência de que se trabalharmos unidos temos muito mais chances de atingir nossos objetivos”, afirmou. “E deixo a todos uma mensagem: vamos cuidar com muito carinho da CENSEC, ela é o presente e o futuro do notariado brasileiro e deve ser valorizada e aperfeiçoada constantemente”, completou.
Presente à Assembleia, o ex-presidente do Conselho Federal, João Figueiredo Ferreira, tabelião em Porto Alegre (RS), expressou seu contentamento com a gestão que se encerrou. “Em nome de todos os ex-presidentes do Colégio Notarial do Brasil deixo registrado o excelente trabalho da gestão que se encerra. Ubiratan Guimarães, você foi muito maior do que todos que o antecederam, pois conseguir elevar o notariado a um patamar que nós, por uma série de circunstâncias, não conseguimos em nossa época”.
Vice-presidente eleita para a nova gestão, Emanuelle Perrotta, presidente da Seccional da Bahia, fez um agradecimento emocionado ao agora ex-presidente. “Devo tudo o que sou hoje ao apoio do Ubiratan, que sempre se fez presente e nos apoiou em todos os momentos na construção de uma nova história para o notariado da Bahia”, afirmou. “Ubiratan, saiba que o notariado da Bahia será sempre imensamente grato às suas ações e a todo o apoio irrestrito que sempre teve com o nosso Estado”, completou.
A emoção deu o tom das falas da notária paulista Laura Vissotto, que assume a secretaria da entidade, assim como a esposa e filha do ex-presidente, que se manifestaram de forma emocionada sobre a atuação institucional de Ubiratan Guimarães ao longo de toda a sua carreira institucional. Coube ao presidente eleito entregar ao homenageado uma placa oficial com o título de presidente de honra do notariado brasileiro.
À noite, um jantar de confraternização marcou o encerramento oficial da gestão de Ubiratan Guimarães à frente do Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal.