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Divórcios por videoconferência são destaque no jornal Extra

Clipping – Extra – Número de divórcios cresce no país, e processo pode ser feito por videochamada

Durante a quarentena, casais se viram obrigados a experimentar uma superconvivência, que, em alguns casos, tem levado a consequências devastadoras. Segundo o Colégio Notarial do Brasil, entidade que reúne os cartórios de notas do país, a quantidade de divórcios consensuais aumentou 10,6% na comparação entre fevereiro e maio. Além disso, advogados de família garantem que o movimento registrou crescimento significativo. No Google, a procura pelos termos “divórcio online gratuito” quadruplicou nos últimos 90 dias. E mais: buscas por “como dar entrada no divórcio” cresceram 127% entre abril e maio deste ano. Seria então a quarentena uma “destruidora” de lares?

— O casamento exige um convívio que muitas vezes se mantém e se renova graças ao fato de que as duas partes têm rotinas diferentes, saem para o trabalho ou para atividades em geral. O convívio em tempo integral muda isso, e a tendência é que pequenas divergências ou irritações se amplifiquem. Por vezes chega-se à separação — explica o psicanalista e professor da Casa do Saber Rio, André Martins.

O estado do Rio registrou, de março a maio deste ano, 4.468 divórcios, sendo 3.905 no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) e 563 nos cartórios de notas. A via judicial é necessária quando não há um acordo entre as partes ou quando há filhos menores envolvidos. Desde 1º de abril, os cartórios são atividade essencial e funcionam em regime de plantão. No entanto, divórcios já podem ser feitos por videoconferência.

— A norma publicada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no fim de maio é um avanço enorme para a sociedade, que pedia pelos atos eletrônicos. Mesmo online, eles garantem autenticidade, eficácia e plena segurança jurídica. As primeiras duas semanas têm sido de muito trabalho e de adesão dos notários à nova plataforma — explica Giselle Oliveira de Barros, presidente do Colégio Notarial do Brasil.

Num divórcio online, os requisitos são os mesmos: é preciso consenso entre as partes e a presença de um advogado.

Para a vendedora Rosana Santos, de 32 anos, a convivência com o marido foi o estopim para o fim de um casamento de seis anos. Ela revela que a quarentena, período em que os dois ficaram em casa, serviu para amadurecer a ideia de terminar uma relação já desgastada.

— Não vou negar que já vinha pensando em separação. Eu conversava com meus amigos e outras pessoas que também pensavam em divórcio para pedir orientação e buscar apoio. Acho que a nossa relação ainda estava de pé por conta das rotinas de cada um, nos víamos pouco. Essa convivência mais intensa evidenciou particularidades individuais que hoje incomodam o outro e causam discórdia — afirma.

E como manter um bom relacionamento a dois dentro de casa e não confundir aquela irritação passageira com o fim do amor?

— É importante valorizar o que une o casal, compreender que o período de quarentena é passageiro e exercitar a tolerância mútua e o diálogo. Se, neste momento, o convívio mais intenso e contínuo traz aborrecimentos com o cônjuge e as brigas se tornam frequentes e difíceis de suportar, não quer dizer que o amor acabou. Os dois precisam se questionar: será que o estresse exacerbado não é apenas uma questão individual que está transbordando para o relacionamento e o prejudicando de certa forma? — orienta o psicanalista Martins.

 

Fonte: Extra