O país da piada pronta

Uma piada pronta, lá de Brasília.

 

Parafraseando um grande profissional do humor brasileiro, reafirmo: vivemos no país da piada pronta (José, Macaco, Simão – Folha de São Paulo).

Leia-se o título da notícia divulgada no site da Câmara dos Deputados, – Seminário dos Palhaços Brasileiros.

Fica ainda melhor com o sub-título: Palhaços se reúnem na Câmara para discutir rumos da atividade e projetos de interesse

Se duvida, comprove o leitor diretamente no portal –  a casa de todos os brasileiros – conforme afirma o banner no alto da página principal: http://www2.camara.gov.br/eventos/seminario-nacional-dos-palhacos-1

Não achou graça? Você, prezado leitor está com um péssimo humor e talvez lhe faça bem assistir a um espetáculo circense, mas não aquele transmitido ao vivo pela TV Câmara, no horário das seções legislativas

Pelo menos comece a ler o artigo: Está marcado para o próximo dia 10 dezembro, a partir das 9 horas da manhã, a realização do I Seminário dos Palhaços Brasileiros. O encontro, de iniciativa dos deputados ….…   (que me desculpem os deputados circenses, digo, defensores do circo, mas prefiro não declinar seus nomes e partidos) ….  nas dependências da Câmara dos Deputados, em Brasília, tem como objetivo discutir os rumos da atividade e outros projetos de interesse da categoria profissional.

Então tá. Os deputados e os palhaços vão se reunir no Congresso Nacional para discutir problemas da categoria.  Mas sobre qual categoria mesmo?…  Ambas parecem estar em crise.

Os palhaços, pelo menos, fazem graça da desgraça própria e alheia, já dos deputados não se pode dizer o mesmo.

Nossos nobres representantes, ainda que mostrem bom humor em suas conversas particulares e nas famosas “rodinhas” do Congresso, costumam não ser muito engraçados em suas atividades parlamentares. Além do mais, o ingresso para o espetáculo (entenda-se o valor dos impostos que pagamos) é muito mais caro do que o cobrado nas bilheterias circenses.

Que não me entendam mal. Não estou criticando nossos representantes no parlamento, apenas não pude evitar a associação mental entre circo e política, o que aliás, é antigo como Roma.  

Circo e pão é do que o povo gosta.

Mas se não tiver pão, que tenha um trago de cachaça –  embora a ajudinha do vale-gás  ou bolsa-família seja muito bem vinda –  ou pelo menos a novela em horário nobre e a copa do mundo de futebol,  que é para distrair um pouco nossa fome e iludir nossa miséria.

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  1. Carlos Luiz Poisl disse:

    Parece-me adequado o local dessa reunião pela afinidade existente entre os donos da casa e os artistas circenses. Em matéria de piadas penso que aqueles, os donos da casa, ganham longe. A última agora é a de classificar os municipios litorâneos como “produtores” do que vai sair do pré-sal, jazidas petrolíferas localizadas no mar territorial, bem exclusivo da União, a serem exploradas por empresa estatal da mesma União, que detem o monopolio dessa exploração. A piada entretanto não é nova. Foi concebida pelos donos da casa já na Constituinte, resultando em dispositivo constitucional. Azar dos demais municípios, que não têm culpa por serem mediterraneos.

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