Sou humano?
Sou humano ou máquina?
Ao acessar um site interessante sobre cultura (que, aliás, recomendo: http://www.cpflcultura.com.br ) ao final da transcrição de uma entrevista, constatei a possibilidade de envio de comentário para publicação em uma lista de discussão sobre o tema tratado e que ali, junto ao espaço destinado ao comentário dos leitores, também existe aquele irritante quadrinho, igualmente presente em tantos lugares no mundo virtual, ao qual já nos acostumamos e que exige: repita os caracteres que você vê na imagem ao lado.
É claro que a irritação inicial com a presença do indigitado quadro e sua impertinente exigência aumenta mais ainda quando, efetivamente, não se consegue ver ou identificar os malditos caracteres, sempre embaralhados, confusos, pouco legíveis ou compreensíveis; mas, como disse, já nos acostumanos com ele. Assim é a vida na internet.
A exigência é comum, irritante, mas aceita sem maiores questionamentos por todos os usuários. Naquele site, entretanto, ela é precedida por uma explicação que achei curiosa e tomei como mote pra este comentário.
O cpflcultura explica: “Esta imagem é somente para verificarmos se você é um humano. Isso previne que sistemas automatizados prejudiquem nossos servidores”.
Se sou humano?!… Nunca me questionaram sobre isso ou tive posta em duvida minha existência e essência humana.
Particularmente sempre achei que sim. Que sou humano, não um robô, um autômato ou uma máquina. Entretanto, convém admitir, bem que poderia sê-lo. No mundo virtual, efetivamente tudo é possível, inclusive, em algum momento, surpreender-se com coisas triviais que são realizadas automaticamente, sem maior questionamento ou análise crítica.
A dúvida lançada, entretanto, em seu aspecto filosófico-existencial, tem um efetivo potencial perturbador: O que significa ser humano? Ainda mantenho minha humanidade? O que, em essência, diferencia uma vida verdadeiramente humana do conjunto de atitudes automáticas, impensadas e dirigidas que governam o cotidiano do ser humano?… não sem razão os filósofos valorizam as perguntas, tanto quanto as respostas.